1937 - 2020
Por onde quer que passasse, destacava-se pela calma, generosidade e paciência.
Este é um tributo que Fernando De Maria escreveu para seu pai, José:
"My Friend", era dessa forma que meu pai costumava ser chamado na antiga COSIPA ─ Companhia Siderúrgica Paulista, em Cubatão, São Paulo, onde trabalhou por quase trinta anos antes de se aposentar nos anos 80.
Quando jovem, gostava de jogar futebol nas praias de Santos, no litoral de São Paulo, onde nasceu e morreu. Era seu passatempo favorito, o que provocava alguns atritos com a esposa Wilma, com quem casou em 1964 e conviveu até seu falecimento, em outubro de 2015. Foi amor à primeira vista entre ambos.
Nascido no bairro da Vila Belmiro, só poderia torcer para o Santos Futebol Clube. Morou durante décadas na tradicional Rua Princesa Isabel, a poucos metros do estádio Urbano Caldeira.
Mas ele nunca influenciou a escolha do casal de filhos, Fernando e Claudia, pelos times do coração ─ são palmeirenses!
Já aposentado, passou por problemas neurológicos e, apesar das queixas sobre os medicamentos, soube lidar bem com a situação e seguia à risca o que havia sido prescrito pelos médicos.
Ao ficar viúvo, ganhou um novo sopro de vida. Passou a ser a "estrela" por onde passava, era paparicado por todos.
Queria deixá-lo feliz? Além do cafezinho pela manhã, bastava-lhe garantir uma cervejinha (de 350 ml, pois se fosse menor, reclamava e dizia que iria tomar duas para compensar), que estava tudo bem. Além de um bolo ou outro tipo de doce ─ não era diabético e seu colesterol estava dentro da normalidade.
Gostava de assistir TV, em especial, à Escolinha do Professor Raimundo, no Canal Viva. Ria como uma criança com alguns artistas ─ a maioria também no plano superior ─ como Chico Anysio, Costinha e tantos outros. Aos domingos, assistia à missa do Padre Marcelo, no mesmo canal e depois, à noite, ao programa do Silvio Santos, para fugir do noticiário sobre a Covid-19.
Viveu feliz seus últimos anos. A quarentena o aproximou ainda mais dos filhos e da nora.
Enfim, partiu em paz, justamente no dia 20 de julho ─ dia em que se comemora o Dia do Amigo.
Nada mais justo para alguém que sempre foi amigo de todos, especialmente para mim, seu filho.
José nasceu em Santos (SP) e faleceu em Santos (SP), aos 83 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de José, Fernando De Maria dos Santos. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 14 de fevereiro de 2021.