1973 - 2021
Amava viajar, conhecer praias, restaurantes e museus. Realizou o sonho de visitar Israel três vezes.
Naldo, como era chamado o José Elinaldo, era sinônimo de alegria. "Carismático e dono de um sorriso franco, cativava a todos por onde passava", conta o amigo e concunhado Augusto.
De família numerosa, Naldo e seus sete irmãos tiveram uma infância divertida e feliz, com brincadeiras de rua, como as corridas no carrinho de rolimã e muita "arte", como faz toda criança.
Era uma pessoa do bem, sempre presente nas reuniões de família, aniversários e festas de final de ano; com ele, todo evento era diversão garantida, pois onde chegava, contagiava com seu sorriso marcante.
“Pode até não ter palhaço, mas o tio Naldo não pode faltar!” diziam sobrinhos e sobrinhas que o amavam. Certa vez, uma delas disse: "Todo mundo cresce, só tio Naldo que não”. Um psicólogo, se ouvisse tal comentário, talvez dissesse que o tio Naldo, diferentemente de muita gente grande, carregava consigo a sua criança interior; aquela, que a correria e as responsabilidades da vida adulta, às vezes, fazem adormecer.
Ele amava computadores e, durante algum tempo, foi professor de informática e programador, até que resolveu abrir seu próprio negócio: fundou uma empresa chamada YESHUA, no ramo de informática, que depois expandiu com participação em licitações junto aos órgãos do governo.
Era um homem apaixonado pela família. Foi numa tarde de sábado que conheceu Alcimara, sua esposa. Segundo ele, foi amor à primeira vista. Depois vieram as filhas, Letícia e Larissa — carinhosamente chamadas de Leca e Pitoco. E ele as amava de todo o coração, não havia o que não fizesse por elas. Para ele, não havia distância, tempo ou valor que o impedissem de realizar os desejos das meninas.
"Certa vez", lembra o amigo Augusto, "a esposa do Naldo queria comer peixe e faltava um ingrediente que, naquela época, só era vendido num local distante. Chovia muito e no meio do caminho aconteceu um acidente que danificou o veículo. O Naldo não teve dúvidas: deixou o carro, pegou um táxi e continuou o trajeto. Depois de comprar o que precisava, levou para esposa e então voltou ao local do acidente, para resolver o problema do carro."
Era solidário e generoso: Augusto se lembra de um período difícil, quando ficou desempregado e Naldo o ajudou com cestas básicas e remédios, mas principalmente com palavras de incentivo, dizendo que tudo iria passar, que tudo ficaria bem. Com ele não tinha tempo ruim.
Sua partida deixa saudade em todos que o amavam: os amigos, irmãos, sobrinhos, suas filhas, e a eterna namorada, que conheceu na Praça da Saudade e de quem nunca mais se separou.
"Quem irá fazer as orações nas festas de família?" pergunta a sogra. "Organizar as brincadeiras nas festas de aniversário das crianças ou, com a esposa, ajudar nas atividades escolares da Leca e da Pitoco?"
Naldo foi um bom filho, irmão, marido, pai, tio e um grande amigo. “Obrigado meu amigo! Por tudo.”
José nasceu em Manaus (AM) e faleceu em Manaus (AM), aos 47 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo amigo de José, Augusto Dejard. Este tributo foi apurado por Ana Laura Menegat de Azevedo, editado por Rosa Osana, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 5 de agosto de 2021.