1954 - 2020
Tinha orgulho de ter servido ao Exército e, como vigia da escola, era como se fosse guardião da educação.
Gostava de ouvir música alta, principalmente quando se tratava do rei Roberto Carlos, de quem possuía vários discos. “Muito sorridente com todos, nunca demonstrava raiva por nada, como se diz por aqui ‘a cabeça era um chopp’”, conta a filha Rayane.
Conhecido como Zé Piedade, foi vigia de uma escola por muitos anos na cidade. "Na verdade, chegava a ser mais que um vigia da educação. Era muito querido por todos e sempre será lembrado pelo jeito brincalhão que possuía", diz ela. Às vezes ele soltava um "Eu sou é soldado", pois tinha orgulho de ter servido ao Exército.
Zé sonhava em, quando se aposentasse, viajar para visitar a família. Infelizmente, faleceu apenas dois meses depois de se aposentar. Mas manifestou seu amor à família em vida também.
Segundo Rayane, ele “dava a vida pelos filhos”. Emocionada, a filha lembra-se de como ele ficou quando seu filho, Renam, foi contaminado pelo coronavírus: “Ele pedia para Deus levá-lo no lugar do meu irmão”.
E ela lamenta que o pai tenha partido sem saber que seria avô novamente. Na lembrança, ficará o carinho deste pai que, em uma das últimas conversas com ela, mais uma vez demonstrou seu amor paterno. “Ele disse que eu e meu irmão éramos tudo pra ele”, conta a filha.
Hoje resta a memória de toda a alegria e bondade que ele espalhou. Ao Zé, Rayane deixa uma mensagem: “Seus filhos te amam”.
José nasceu em São Domingos do Capim (PA) e faleceu em Santa Isabel do Pará (PA), aos 66 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de José, Rayane Maria Piedade Moura. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Isabela Andrade, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.