1968 - 2020
Uma alma muito boa. Na Santa Casa, era o “paizão” dos médicos e enfermeiros.
Todos conheciam o Doutor Marcelino. Médico, professor, muito amado e querido, era um profissional especialmente dedicado. “Não tinha hora, nem dia, nem data para sair e cuidar dos pacientes, sempre com um sorriso largo no rosto”, conta a irmã mais velha Maria Madalena Nunes Conceição.
Ela também afirma que o irmão era “totalmente humanitário, fazia serviços gratuitos para toda a comunidade, um médico superconhecido e querido”. Marcelino atuou por 15 anos na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará.
“Foi uma perda muito grande. O povo do Pará sentiu e sente até hoje a sua falta.”
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Abraçava as pessoas e, com elas, dava boas risadas.
Médico é paixão sem remédio.
Marcelino era um cantor de consultório. Os pacientes achavam graça, porque ele os atendia cantando, contando piada, brincando, sem nunca deixar as doenças serem maiores que as pessoas. Nunca vou esquecer suas gargalhadas. Para muitos, ele era o melhor médico de família. Para mim, era muito mais.
Meu marido era uma canção alegre em nossas vidas. Nossos dois filhos esperam sua volta, já que ele partiu do hospital. Esse pai herói que sempre foi um exemplo, em nossa casa ou na Santa Casa de Misericórdia, onde trabalhou durante 20 anos, ou nas ruas, porque ele atendia onde estivesse, criou um legado e uma herança do saber médico.
A qualquer hora do dia vinha um chamado e ele lançava a mim aquele olhar que me dizia: "Minha amada, você se casou com um médico, tem gente precisando de mim". Sempre me dizia que ser médico é como uma paixão, uma doença sem remédio, sem cura. Ao fim das consultas, seus pacientes sempre ouviam um "Deus te abençoe" sincero e amigo, sempre sorridente e confiante de seu conhecimento.
A partir de agora, quando os sinos de Belém tocarem lembrando nossos sonhos que foram interrompidos com sua partida precoce, eu e nossos filhos sempre lembraremos de suas manias brincalhonas, de seu sorriso fácil, da amizade sincera e de sua benevolência sem limites.
Obrigada por ter existido.
José nasceu em Belém (PA) e faleceu em Belém (PA), aos 51 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã e pela esposa de José, Maria Madalena Nunes Conceição e Andrea Oliveira. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Phydia de Athayde, revisado por Sandra Maia e Lígia Franzin e moderado por Phydia de Athayde em 5 de agosto de 2020.