José Monteiro Lima

1933 - 2020

Homem do campo, amava o Piauí. Gostava da lida, do trabalho braçal, da paz que só a terra lhe trazia.

Plantou, cultivou, colheu. Tudo que a terra pode lhe oferecer, ele aceitou de bom grado. Dizia sempre que quando partisse, seu último desejo era descansar no chão que tanto lhe foi útil durante a vida. Na terra que seus pés caminharam, no lugar de onde tirou o sustento da família, no cantinho do mundo onde foi feliz. No seu amado Piauí.

Foi casado duas vezes. Quando a primeira esposa faleceu, José perdeu um pedacinho dele. Juntos, os dois construíram uma grande família, um grande amor. Tiveram 11 filhos. Mas José ainda podia ir um pouquinho mais longe. Cinco anos depois, decidiu que: chega desse negócio de viuvez. A vida lhe presenteou Ednalva. Juntos, se divertiram, partilharam memórias, construíram histórias e dividiram momentos. E ainda tiveram tempo para outras coisas. José podia ir mais longe, e foi! Teve mais dois filhos, que completaram a família trazendo mais amor e afeto.

Era um ótimo contador de histórias. Passar o tempo contando causos antigos para os parentes, em especial os netos, era terapia para José. Quando teve câncer de próstata, viajava até São Luís, no Maranhão, para fazer tratamento, e ficava horas contando aventuras para a neta Helinalda, que amava cada continho que saía da boca do avô. Já recuperado, as sessões de tratamento chegaram ao fim, mas as sessões de história continuaram.

José foi um homem maravilhoso. Um avô amável, um bisavô animado, um pai incrível, um marido querido. A enorme família ficou um pouco menor sem ele. Falta José com suas histórias únicas, com o fumo que amava mascar, com a energia e o amor que só ele possuía. Os netos e filhos de José sempre sentirão saudade. Piauí não é mais o mesmo sem ele.

José não é apenas um número.