1968 - 2020
Vivia preocupado com o sustento e a saúde de todos, inclusive a dos animais da família.
Filho mais velho de Dona Coracy, ele nasceu na Bahia e, desde muito pequeno, trabalhou para ajudar a mãe na criação dos irmãos. Depois de adulto, viveu sempre preocupado com o sustento da família, dedicando sua vida inteira ao trabalho.
Ainda bem jovem, conheceu Jussara e decidiram morar juntos para dividir o aluguel e as despesas. Começava assim um romance que, com o passar do tempo, gerou as filhas Gisele, Luana e Joyce. Era um homem simples e um pouco impaciente, mas muito apaixonado pela família. Por ela trabalhou até o último dia de sua vida e teria ficado muito feliz com a notícia do nascimento do seu neto, Luís Felipe, filho de Luana, que não teve tempo de conhecer.
José Ney era um famoso “mil e uma utilidades”, pois trabalhava com conserto e manutenção de máquinas de padaria, além de ser motorista, vendedor, eletricista e ainda pizzaiolo. Nutria grande admiração pelo militarismo e seu apelido entre os colegas era "Sargento".
Ele morava em Luziânia, município do entorno de Brasília, e por onde passava arrancava sorrisos com sua irreverência e as suas piadas. Era um verdadeiro contador de histórias e tinha sempre uma solução "absurda" para toda situação. Era cristão e divertia a todos nas reuniões da igreja que frequentava.
Muito responsável e ambicioso, gostava de ambientes limpos e era cheio de manias. Sua comida, por exemplo, tinha que ficar pronta sempre no mesmo horário e essa hora era sagrada. Quando isso não acontecia, ficava tão impaciente que ele mesmo fazia a própria comida — que só ele conseguia comer...
José Ney vivia preocupado com a saúde de todos. Quando via alguém doente, era o primeiro a oferecer carona para o hospital ou a trazer um comprimido, um chá, um remédio... Tinha sempre uma receita pra tudo e, além dos de seus muitos atributos, desempenhava também o papel de veterinário dos animais da família, curando sarna e aplicando injeções e remédios contra pulgas e carrapatos.
Ele se foi deixando um legado de perseverança e trabalho e uma saudade no coração de todos que tiveram a sorte de conviver com ele.
José nasceu em Barreiras (BA) e faleceu em Brasília (DF), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela sobrinha de José, Juliana Marques Costa. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Larissa Reis em 29 de setembro de 2022.