José Romildo Pereira da Silva

1970 - 2020

Uma fonte inesgotável de superação, amor e cuidado com o próximo.

Era um homem cheio de disposição e apaixonado pela vida. Um ser que não desistia diante das dificuldades. Pelo contrário, teve que batalhar desde cedo para sobreviver.

Ao nascer, ainda nas primeiras semanas, teve complicações e precisou lutar pela vida. Mesmo sem ter nenhuma noção do que enfrentava, foi forte e sobreviveu. Anos mais tarde, sofreu dois acidentes e pôde renascer mais duas vezes.

Mas uma das suas lutas mais significativas foi contra o alcoolismo, que vencera no passado. Enfrentou um profundo e gradativo processo de recuperação, para que, então, pudesse dar os próprios passos outra vez.

“Ele era para a mãe e irmãs o ‘ovo da casca mole’. Não era de muitas palavras, mas quando falava era sempre firme e convicto do que dizia. Amava as corridas de rua, leitura e sorvetes”, relembra, Darlânia, sua irmã.

Policial Militar há mais de trinta anos, formou-se em Psicologia e foi aprovado no Curso de Negociador Policial em Ocorrências de Complexidade do BOPE/PMDF. Paralelo ao serviço na PMDF, dedicava-se ao voluntariado em uma clínica de recuperação ajudando outros adictos químicos. A mesma em que pôde renascer anos antes.

“Sempre depois das corridas ele passava na casa da mãe, a quem chamava carinhosamente de ‘Dona Olímpa’ (codinome que nasceu de uma brincadeira). Compartilhava nesses momentos, com todos que estivessem na sala, castanhas-do-pará e copos com água, dizendo que eram remédios”, relembra, carinhosamente, Darlânia.

Foi católico e foi evangélico, daqueles ativos nos cultos e que ainda cantava nos louvores. Não teve filhos, mas possuía ainda muitos planos e sonhos a serem realizados após a aposentadoria, que aconteceria em três meses.

José Romildo foi um homem de muita fé, amor e bondade. Em seu caminho semeou superação e cuidado ao próximo. Fosse na Polícia, na Psicologia, na família ou no voluntariado. Dono de um legado inspirador.

Darlânia finaliza a homenagem eternizando o lugar todo especial que ele conquistou em cada um deles: “A partida do José Romildo deixou um vazio enorme. Como seguir agora sem o nosso menino? Sem nosso sargento da PM, nosso psicólogo, o nosso ‘ovo da casca mole’? Ainda não sei, a única certeza é que ele foi e sempre será, o queridinho da mamãe, o orgulho da família e o gigante da esposa Márcia”.