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José Sales Lima Verde

1950 - 2020

Muito feliz e boêmio, deixou uma dose de amor aos que ficaram.

Zezim, como carinhosamente o chamavam, era um irmão, pai, avô, esposo e amigo amado por todos.

Era descrito como sendo um amigo muito especial; de jeito sempre feliz, de ver e sentir as coisas, e cuja amizade era motivo de honra e orgulho.

Muito boêmio, desde muito novo, tinha um cigarro nos dedos e, na mão, um copo de cerveja ou a velha caninha. O cigarro, deixou de lado ao longo da vida... Já a caninha e a cerveja, estas continuaram. A melhor caipirinha era a dele, diziam aqueles que frequentavam o Café do Passeio Público nos finais de semana.

Tinha como eternos parceiros: um violão e um cavaquinho, ambos para acompanhar suas belas cantorias, feitas com a voz baixinha, de quem é tímido demais para mostrar que sabe. Era também apaixonado por plantas e animais.

O que a sua neta queria, era como se fosse para ele uma ordem — estava feito! "Vovô, você trouxe meu Kinder Ovo?", perguntava ela. Claro que ele tinha! Sempre! Na lembrança da neta, o que mais ficou foi o melhor suco de maracujá, bem docinho.

Muito amado, Zezim também deixou uma dose de doçura e amor para aqueles que ficaram, estará em paz e será lembrado por tudo o que fez de bom nesta vida.

José nasceu no Crato (CE) e faleceu em Fortaleza (CE), aos 69 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de José, Lidianne Limaverde. Este tributo foi apurado por Michelly Lelis, editado por Marcos Concórdia, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de julho de 2020.