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José Sardinha de Souza

1969 - 2020

Sua gargalhada ecoava pelas ondas do rádio.

Esta é uma homenagem de Leonardo para seu pai:

Já se passou bastante tempo sem sua presença física, mas ainda estamos longe de conseguir passar um dia sem pensar em você, sem sentir saudade dos seus abraços, da sua voz, dos seus churrascos...

Aliás, Sardinha, apesar de ter apelido de peixe, tinha o dom de fazer a melhor carne de Guarapari e arredores, a melhor resenha em família no final de semana.

A felicidade dele era ver juntos os filhos Leo, Lillian e João. Ah, o netinho Leandro também tinha que estar sempre presente, e, claro, Sara, a companheira e dona do chamego que o fazia sorrir.

Sardinha era brilhante e brincalhão. Trabalhava com telecomunicações. Colocava no ar uma emissora de rádio num instalar de dedos. Entendia também tudo de TV. Era admirado pela competência, mas, principalmente, pelo tamanho do seu coração.

Ele vivia para o trabalho e, por conta disso, conhecia o estado do Espírito Santo como a palma da mão. Amava viajar. Partiu em sua última viagem: agora para os braços do Pai.

José Sardinha saiu de cena deixando ecoar nas ondas do rádio uma reflexão do senso comum, mas uma das lições mais lindas que alguém já me disse:

"Nascemos sem trazer nada...
Morremos sem levar nada...
E, no meio do intervalo entre a vida e a morte, brigamos por aquilo que não trouxemos e nem levaremos."

Pense nisso: viva mais, ame mais, perdoe sempre, e seja feliz!

Seguiremos tentando nos lembrar disso todos os dias!

Você faz falta, Gigante! Uma falta do tamanho da sua gargalhada!

José nasceu em Jerônimo Monteiro (ES) e faleceu em Vila Velha (ES), aos 51 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo filho de José, Leonardo Sardinha. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Adriana Marques de Oliveira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 12 de abril de 2021.