1955 - 2020
Chamava a todos de filho, tamanho o cuidado e generosidade com cada um que conhecia.
O papito da Tatiane, o velho do Marcelo, o dindo da Caroline, o vovô Zé da Maria Eduarda e da Alice ou apenas o Zé, de quem todo mundo se sentia um pouco filho. José Teodoro Gaspar tinha um sorriso largo e acolhedor, que esquentava o coração de quem se aproximava, vindo de perto ou de longe. O sorriso era sempre seguido de um abraço bem apertado, acompanhado de um "Dá aqui um cheiro no tio!".
Era muito ligado à família. Mesmo morando em outro estado sempre estava presente. "Quando íamos chegando próximo à casa dele já buzinávamos fazendo agitação. Era sempre ele quem vinha com o controle do portão na mão, e com um sorrisão largo dizia: 'Meu Deus, que demora, achei não iam chegar mais'. Descíamos do carro e ele dava um abraço gostoso, apertado, e perguntava: 'Tudo bem, linda do tio?'", conta saudosa a sobrinha Thamires.
Sempre foi muito curioso e assim aprendeu o ofício de consertar todo tipo de coisa, de relógios a vidros elétricos de carros. "Essa curiosidade dele vem desde menino. Não interessava o que era, o importante era consertar. Depois que aprendeu a consertar relógios com o pai nunca mais teve o que ele não arrumasse."
Era conhecido por sua alegria de viver, pelo sorriso largo e pela força de vontade. "Hoje distribui sorrisos e cheirinhos no céu. Voe alto, passarinho, apenas voe!", diz a sobrinha.
José nasceu em Cachoeirinha (RS) e faleceu em Porto Alegre (RS), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de José, Thamires Cardoso Molinari. Este texto foi apurado e escrito por Laís Oliveira, revisado por Fernanda Ravagnani e moderado por Rayane Urani em 21 de julho de 2021.