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José Vieira

1932 - 2020

Quem quer garapa, melado e rapadura do seu Zé Alagoano?

Seu Zé Alagoano, o homem mais trabalhador de Santa Mônica/PR. Casado por 64 anos e pai de sete filhos, adorava estar junto dos netos e bisnetos. Sempre que podia, pegava uma criança para tirar a clássica foto em seu cavalo.

Gostava de uma plantação e nunca se distanciava de seu cavalo e da carroça. Dias antes de adoecer, estava com uma enxada nas mãos, capinando, cultivando, limpando a plantação e cortando cana. “Tinha uma mão ótima para plantação e um conhecimento surpreendente”, conta o neto Bruno, que nunca se esquecerá das manhãs de sábado em que o avô acordava, como de costume, às 5 horas da manhã, fazia o café (uma garrafa com café forte para os adultos e outra com café bem fraquinho para as crianças) e partia para o engenho, onde moía toda a cana colhida do dia anterior, colocava no tacho e ficava ali, o dia todo cozinhando garapa, até dar ponto de melado e, posteriormente, da clássica rapadura do seu Zé.

Adorava acompanhar novela e todo dia depois de chegar da roça, tomava seu banho, jantava, sentava no seu cantinho predileto do sofá e ficava ali até o término do Jornal Nacional (isso quando não tirava um cochilo no sofá). “Vou sentir saudades deste tempo!”, diz Bruno.

José nasceu em Viçosa (AL) e faleceu em Paranavaí (PR), aos 87 anos, vítima do novo coronavírus.

História revisada por Ticiana Werneck, a partir do testemunho enviado por neto Bruno Willian Vieira Miranda de Souza, em 17 de julho de 2020.