1965 - 2020
Era a humanidade em locais frios. Conseguia leitos, exames e o que mais fosse possível como assistente social.
Josemary ficou famosa por sua nobreza de alma. Não poderia ter outra profissão: assistente social. Conseguia leitos, ambulância, exames e vários outros itens para quem encontrava dificuldade em ter acesso à saúde.
Na pandemia, trabalhou em barreiras sanitárias de duas cidades, foi engajada e se doou até o último minuto. Sempre se colocava, como um escudo, à frente de tudo, sem medo de fazer o que deveria ser feito, mesmo que fosse arriscado.
Era ela quem levava humanidade aos ambientes frios. Lutava com afeto. Para muitos, era apenas a doce Meirinha.
Mais amor ainda foi dedicado ao marido e às três filhas.
Louca com criança, quando estava diante de uma, revelava, sempre, um sonho:"Eita, meu Deus, eu quero um desse! Quem vai ser a primeira a me dar?"
O amigo Leonardo conta que disse a ela que eles iriam brindar à vida quando Meirinha vencesse a covid.
"Sei que agora o céu está em festa, onde sua mãe te recebe", diz.
Ela também está aqui, no coração de cada uma das pessoas que amaram-na.
Josemary nasceu em Paulo Afonso (BA) e faleceu em Recife (PE), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pelo amigo de Josemary, Leonardo Oliveira da Silva. Este texto foi apurado e escrito por , revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 16 de dezembro de 2020.