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Kátia Cilene de Campos Fontoura

1984 - 2021

Quituteira de mão cheia, ela e suas gostosuras eram a presença mais aguardada nos encontros de família.

Falar da Katia é falar de amor, presente nos doces e guloseimas que fazia.

Ela era a caçula de seis irmãos, a mimosa da família. Carinhosa, divertida e festeira, amava crianças e era amada por elas. Não conseguiu ter seus próprios filhos, embora tenha tentado por muito tempo, mas não permitiu se entristecer: foi mãe de todos, pois o amor que guardava em seu coração estava presente na sua relação com os sobrinhos e afilhados: era a tia querida, que gostava muito de dançar e ensinar os mais novos; a tia Kaká, muito amada pelos sobrinhos.

Tinha sempre um docinho para oferecer: pudins, bolos, sorvete e até os bolinhos de chuva, que, mesmo quando crus por dentro, eram uma gostosura. "O que ela mais gostava de fazer era comer, reunir a família e estar junto aos seus, principalmente de seu pai", conta o sobrinho Thiago.

"A tia Kaká era aquela que agregava, que tornava os ambientes mais leves com sua presença marcante. Era única, com sua cabeleira farta emoldurando o rosto e o olhar sorridente por trás dos óculos de sol enormes. Ela era tão necessária quanto o açúcar dos doces que fazia e com ela não havia espaço para tristeza", conta o sobrinho.

Ela não deixou filhos, mas será lembrada por cada um de seus familiares até o dia do reencontro. “Foste cedo minha tia! Sentimos tanta falta de ti junto de nós. Te amamos muito, nossa estrelinha!”

Kátia nasceu em Uruguaiana (RS) e faleceu em Uruguaiana (RS), aos 36 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo sobrinho de Kátia, Thiago Réger Fontoura da Silva. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Rosa Osana, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 15 de agosto de 2021.