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Lidiane Vieira Frazão

1984 - 2020

Uma menina com sonhos e uma semente recém-trazida a este mundo, que só queria ser feliz e amar sua família.

Herdou a profissão do pai, que era agente funerário, e que partiu quando ela já estava grávida.

Fez questão de cuidar de tudo e de deixá-lo o "defunto mais bonito", como ele queria.

Havia se casado recentemente com Gabriel, com quem tinha uma relação de doze anos e o filho Felipe Gabriel, de onze, que queria muito um irmãozinho. Lidiane havia acabado de trazer à luz o tão querido e desejado Carlos Leonardo.

"Minha irmã teve uma gravidez tranquila e saudável, mas dias após o parto apresentou sintomas do vírus, foi hospitalizada e daí por diante todos os procedimentos vieram em cadeia. Após quinze dias, perdemos essa menina alegre, que sempre divertia todos ao seu redor", conta a irmã mais velha, Mônika.

Mãe dedicada, esposa amorosa, irmã querida e filha muito amada. Lili realmente amava muito sua família. Sempre gostou de curtir a vida, se divertir. Uma mulher de temperamento forte, mas era a primeira a defender suas irmãs em qualquer situação.

Adorava comer, mesmo quando a comida estava meio ruim. Churrasco em família? Não dispensava! Era também muito brincalhona e a mais falante da família, conversava com todos, sem distinção.

"Você será sempre minha baixinha e espoleta, irmã querida! E, fique tranquila, cuidaremos dos seus filhos, como você pediu.", diz a irmã Érika.

Lidiane nasceu no Rio de Janeiro e faleceu no Rio de Janeiro, aos 35 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela irmã de Lidiane, Mônika Elizabeth da Costa Frazão. Este tributo foi apurado por Janaína Dias, editado por Denise Pereira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 10 de junho de 2020.