Lindaura Costa Dias

1937 - 2020

Foi mãe e fonte de força para todos.

Esta é uma carta aberta de Marcos Vinicius para a sua avó, Lindaura:

Vovó, a senhora foi lavadeira, auxiliar de serviços gerais, cozinheira... Mas, acima de tudo, foi uma guerreira.

Possuía um coração enorme, onde sempre cabia mais um. Para a senhora, nunca houve barreiras para ajudar o próximo. Seu jeito cativante e acolhedor conquistava qualquer um que cruzasse seu caminho. Muitos amigos e, até aqueles que eram apenas seus conhecidos, a chamavam de "tia", de "vó" e de "mãe", pois sempre foi exemplo de força e coragem.

Ainda cuidava sozinha de sua casa, não é, vovó? Lavava, cozinhava... e também sobrava tempo para aconselhar, sabiamente, que recorresse à senhora. Ajudava, fazia questão de estar presente em momentos bons e ruins. Percebíamos o quanto era louca pela nossa família e não tenho dúvida que, se pudesse, colocaria todos em baixo dos seus braços só pra poder cuidar de cada um, com aquele seu jeitinho.

E agora? A quem todos irão recorrer quando precisarem de alguma de suas plantinhas medicinais que cultivava com tanto carinho em seu quintal? Era conhecida por todos no bairro por isso!

A saudade que irá ficar, será enorme; a falta que me fará será incalculável e, o mais dolorido disso tudo, foi não poder prestar uma última homenagem, um velório digno para a pessoa excepcional que a senhora foi.

Agora não a tenho mais para segurar minha mão sem falar nada e permanecer assim, por um longo tempo, como sempre fazia quando estávamos juntos... Nossa conexão era enorme, um conhecia os gostos do outro, um fazia as coisas para agradar o outro e, quando viajávamos, você fazia questão que dividíssemos o quarto, a barraca... Quase todos os dias nos falávamos pelo telefone, e agora, agora só me resta a saudade...