Lindaura Souza de Abreu

1944 - 2020

A família foi sua filosofia de vida.

"Minha mãe foi uma mulher batalhadora e esforçada. Era o cérebro da casa.
Minha mãe, que me deu a vida sem ter me gerado. Que amou a família mais que a ela mesma, tanto que, não se cuidava o suficiente, para que assim a família tivesse de tudo". Assim a define Kaira Fabiana, sua filha adotiva.

Ela diz ainda que a mãe "foi um exemplo de mãe. Se eu conseguir ser a metade do que ela foi para minha filha, serei uma ótima mãe".

Kaira conta que a mãe parou de trabalhar assim que o irmão mais velho nasceu. Desde então, passou a viver para a família. Não conseguiu se aposentar.

Lembra da mãe ser revendedora de Tupperware desde sempre. E também de sua mania de só dormir de pijamas.

E a lembrança daquela viagem de retorno de Minas para São Paulo? Numa das paradas, dois passageiros começaram a brigar por causa de poltrona. No calor da discussão, um deles fala: "Mas você é bobo mesmo, tatu de gaiola!" As duas acharam tanta graça, riram tanto que, dias depois, ao lembrar do codinome engraçado, ainda caíam na gargalhada!

"Sonhos. Não sei se eram bem sonhos, mas nós tínhamos planos de ir para o Paraguai para fazer compras. Ela queria ver meu sobrinho em um bom trabalho e a gente queria viajar para a casa do meu tio, em Juiz de Fora".

Kaira diz que gostaria de ter feito uma linda homenagem à mãe em sua partida, mas "foi preciso fazer tudo às pressas, onde o choro era livre, mas qualquer manifestação de afeto, vetada".

"Sei que ela agora está em festa no Céu, pois está perto de seus familiares, dos quais se despediu enquanto também estava por aqui. E sei que vai fazer de tudo, lá de cima, para continuar cuidando de nós. Minha mãe é sinônimo de família e ela jamais nos abandonará. Obrigada, mãe, por tudo. Sigo te amando".