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Luís Carlos Nobre de Albuquerque

1965 - 2020

Para se refrescar, preferia a sombra de um belo igarapé... Lá podia contar histórias pra todo mundo gargalhar.

Lucas, como era conhecido por seus amigos, falava alto e gostava de contar umas histórias engraçadas de pessoas que se relacionaram com ele em algum momento da vida, fazendo todo mundo ir às gargalhadas. Felicidade para ele era isso, estar entre amigos, e se fosse em algum sítio, num churrasco... não trocava isso por nada nesse mundo.

Era aquele tipo de pessoa que todo mundo gostava de estar por perto, tanto que tinha amigos homens e mulheres, crianças, adultos e idosos.

Adorava o Festival Folclórico de Parintins e sempre que podia ele participava da festa, torcia por um dos bois; mas o que ele gostava mesmo era de curtir o festival, tomar umas cervejas bem geladas e ouvir as toadas nos pontos turísticos da cidade, sem se importar se era "vermelho ou azul".

Era carismático e prestativo, não podia ver ninguém precisando de alguma coisa ou que estava com algum tipo de dificuldade, que logo se apressava em oferecer auxílio. Lucas se foi tão rápido que não deu tempo sequer das pessoas que conviveram com ele se despedirem e a sensação que fica em todos é que vão se encontrar no próximo arraial junino ou no próximo churrasco no sítio de algum amigo, assim que essa pandemia passar...

Aproveitou muito bem a vida, amou e foi amado, cultivou grandes amizades e ganhou muitos admiradores. Agora, brilhará para sempre nos corações dos seus amigos.

Luís nasceu em Manaus (AM) e faleceu em Manaus (AM), aos 55 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela amiga de Luís, Rosenilda Mar dos Reis Santos. Este texto foi apurado e escrito por Alessandra Capella Dias, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 25 de junho de 2020.