1945 - 2020
Um apaixonado pela vida. Amar e contar histórias, assim como comer e beber, eram necessidades vitais.
Médico, mostrava aos filhos com o seu exemplo, o valor da honestidade e do trabalho. Sempre dizia: “herança não deixarei, mas um nome digno e honrado para vocês se orgulharem, sim!”
Eram plantões intermináveis e, posteriormente, idas ao interior em um Chevette velhinho para levar a então inovadora ultrassonografia. Seus olhos brilhavam ao contar as experiências vividas nas cidades em que morou praticando programa de saúde da família, onde atendia os pacientes em suas casas. Chegou a dizer que gostaria de atuar contra o coronavírus, mas foi impedido pelos riscos.
Luiz procurou compensar o fato de ser filho único tendo logo quatro: Bruno, Renata, Rafael e Luiz Carlos Filho. Depois vieram as noras, o genro e os cinco netos; todos igualmente amados. Tinha um orgulho danado dessa prole.
Rosário, seu amor quase cinquentenário - entre namoro, noivado e casamento - conheceu, convidando para vomitar em um baile de carnaval. Em todas as festas que estava, sempre era a fonte de alegria. Essa é a característica mais lembrada por todos que conviveram com ele.
Internado, antes de ter seu quadro agravado, fez um pedido à equipe médica: falar com os netos. Infelizmente não conseguiu. As netas mais novas, de quatro anos, dias após sua partida olhavam para o céu acenando e mandando beijos para a estrela mais brilhante que viam. Sabem que o vovô, de onde está, retribui o carinho com o mesmo entusiasmo e alegria que lhe foram tão característicos.
Luiz nasceu em Recife (PE) e faleceu em Recife (PE), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Luiz, Renata de Albuquerque Baptista Madureira Teixeira. Este tributo foi apurado por Rogério Oliveira, editado por Irion Martins, revisado por Juliana Holzhausen e moderado por Rayane Urani em 20 de agosto de 2020.