1960 - 2020
Pai de olhar gentil e fala serena. Ensinou que o que a mão direita faz, a esquerda não precisa saber.
Foi um pai carinhoso e a pessoa mais gentil da face da Terra. Desde criança ─ no tempo em que era preciso andar quilômetros para encontrar um aparelho de TV para assistir ─, Luiz Carlos viveu em ambientes de muita labuta. Honesto como só ele sabia ser, foi dono de um semblante calmo e levou a vida com um brilho que era capaz de contagiar todos que estivessem ao redor. "Poderia ser escrito um livro sobre sua trajetória", afirma o filho Washington.
Um fenômeno: pai, tio Luiz, tio Lula, Luizão, Besouro, Bulldog... O filho conta que os inúmeros apelidos mostram o quão Luiz Carlos significou. Como Besouro, "esse veio do tempo a onde conheceu minha mãe, na pequena Volta Grande, trabalhando com fios de alta-tensão, tensão que nunca existiu pra esse aí, sempre calmo, mas muito forte... forte na vida... na alma e no espírito".
Seu bordão era dizer "que sanhaço, sô". No trabalho, foi protagonista, alcançava todos com seu respeito e bom humor. Fazia tudo para todos, foi um verdadeiro tesouro.
Saudoso, Washington diz que o pai o ensinou a ser caridoso e sempre repetia: “o que a mão direita faz, a esquerda não precisa saber”. Sua sabedoria estava em cada atitude e maneira de viver.
Amante de cervejas e da leitura, torcia para o Palmeiras e alegrava-se vendo a coluna de esportes. Nas reuniões e churrascos de família ele se destacava com seu olhar gentil e sua fala serena e calma. Sempre soltava suas risadas altas que contagiavam deliciosamente o ambiente. Na sua presença, era impossível ter alguma confusão.
Foi carinhoso com todos e carregou por toda a vida o lema "sorrir e abraçar". Se alguém precisasse dele (familiar ou não), estava lá, pronto para ajudar, fosse para degustar uma boa cerveja ou para ser acompanhante num leito de hospital. Um bom amigo, irmão, pai e vizinho. As portas se abriam na sua presença de luz.
Seu filho conta que Deus conversou com cada um sobre sua partida e, de forma carinhosa, faz esta homenagem dizendo que somente palavras não são capazes de explicar como o pai era especial. "Até mais ver, meu herói juiz-forano!"
Luiz nasceu em Juiz de Fora (MG) e faleceu em Juiz de Fora (MG), aos 60 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo filho de Luiz, Washington Luiz Nunes Gomes. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Maria Paula Rosa Freato, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 8 de junho de 2021.