1960 - 2020
Professor, acreditava no poder transformador da educação. Propagou amor, sabedoria, toadas e risadas.
Luiz Heraldo, ou apenas Heraldo, era um professor amazonense que deu aula em várias comunidades próximas ou distantes de Parintins, cidade onde ele morava.
Corintiano apaixonado, a cada data comemorativa, ganhava algo de seu time do coração. "Torcedor do Boi Caprichoso, desde cedo ele me levava ao curral para brincar de boi", relembra a filha Suely.
Não era um jogador famoso ou um ator conhecido, nem um cantor popular. "Assim como muitos, era apenas um professor que amava a sua profissão, que desejava mudar o país através da educação, que via esperança de dias melhores e que abraçava o mundo com todas as suas imperfeições."
A coisa mais valiosa para Heraldo era a família. Com suas piadas, fazia a diversão de todos que estivessem ao seu redor, sempre arrancando belas gargalhadas. Exemplo de educador, fazia toadas para o boizinho da comunidade onde dava aula, desenhava lindamente. Também era cozinheiro de mão-cheia. "Desde pequena, eu estava acostumada a vê-lo fazendo tapioca pela manhã e paçoca durante a tarde", conta Suely.
A filha segue relembrando os ensinamentos deixados pelo pai: "Ele não era apenas um excelente professor, também era um ótimo pai e marido. Um amigo adorável. Assim como o Mufasa de O Rei Leão, era imponente, forte, ensino-me várias coisas maravilhosas. Era um verdadeiro rei. Sim, meu pai foi meu herói, meu melhor amigo. Foi com ele que aprendi que nunca devo aceitar menos do que mereço. Ele era a minha fonte de força".
Ela conta que, quando ele se foi, o dia seguinte amanheceu brilhante: "O céu azul era um sinal de que ele fora recebido de braços abertos. Eu não esperaria menos para uma pessoa que irradiava luz e bom humor".
"Ele tinha amor, e esse sentimento é o que nos dá força para seguir em frente", prossegue a filha, que finaliza esta homenagem com um pouco do legado do pai: "Ele partiu deixando saudades, poesias, toadas e o som de sua risada. Sua família e amigos sempre irão lembrar desse homem honesto, carinhoso e forte. Seu corpo se foi, mas a sua alma permanece viva em cada um de nós".
Luiz nasceu em Parintins (AM) e faleceu em Parintins (AM), aos 59 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Luiz, Suely Anita Glória dos Santos. Este tributo foi apurado por Jonathan Querubina, editado por Thiago Santos, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 31 de agosto de 2020.