1954 - 2020
Semanalmente ia à casa da filha visitar os netos, a quem chamava carinhosamente de "meus meninos".
Manoel era um homem de muitos amigos. Era namorador e gostava de viver intensamente. Sempre muito feliz e contagiante, amava tomar uma cervejinha e apreciar um bom churrasco para honrar o apelido tão peculiar de anos: Churrasquinho.
Apesar de não ser uma pessoa de grandes ambições, Manoel queria tranquilidade para viver a vida de forma prazerosa. Costumava dizer que, se ganhasse um bom dinheiro, iria então viver sem preocupações. Quando alguém se manifestava ponderando que "dinheiro não traz felicidade", ele logo retrucava: "mas manda buscar!"
"Ele tinha paixão por seu carro, que andava sempre brilhando. Limpava o Azera diariamente, nunca saía com o carro sujo", conta a filha Camila, que agora sente falta das mensagens de "bom dia" que o pai enviava logo cedo e das ligações que recebia dele dia sim, dia não. "Quando eu não atendia, ele ficava bravo. Eu explicava que precisava trabalhar, mas a gente sempre caía na risada e acabava ficando ao telefone por horas", completa ela.
Além de um pai maravilhoso, Manoel era apaixonado pelos netos. Aos sábados ou domingos visitava os seus meninos. "A saudade dói agora, éramos muito amigos, vivemos muitas coisas juntos e ele era meu porto seguro, meu melhor amigo... Esse é meu véio, que vou amar por todo o sempre!", conclui a filha.
Manoel nasceu em Jaguariúna (SP) e faleceu em Campinas (SP), aos 65 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Manoel, Camila Helena Pires de Oliveira. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Débora Spanamberg Wink e moderado por Rayane Urani em 9 de julho de 2021.