1934 - 2021
Felicidade para ele era falar de sua Bahia e estar perto dos seus degustando uma boa macarronada.
Raymundo ou Miminho era um soteropolitano que viveu em São Paulo por muito tempo mas, sempre que podia, voltava à sua terrinha para rever os amigos de colégio, tomar sorvete de Mangaba na Ribeira ou o Dusty Miller d'A Cubana.
Foi pai de quatro mulheres fortes, avô de seis netos que viviam aos seus pés e bisavô de uma menina nascida três dias após seu falecimento. Estava sempre presente nos eventos das vidas dos netos, de festas juninas a formaturas. Era muito amoroso com os seus familiares, mas ficava vermelho de vergonha com demonstrações públicas de afeto.
Ele tinha tantas histórias para contar que estava até escrevendo um livro sobre sua vida. Inteligente de fazer inveja, lia numa velocidade incrível e formou-se advogado depois de ser pai.
Amante dos bons pratos, adorava compartilhar receitas em sua rede social. Todos os domingos, fazia uma macarronada em sua casa para quem quisesse. Com gosto eclético na culinária, amava e sabia fazer uma moqueca deliciosa.
Metódico, chegar em sua casa em determinados horários, significava encontrá-lo assistindo a um filme qualquer em seu sofá ou então indo colocar a água do café para ferver pontualmente às 19h, mesmo se tivesse almoçado às 15h.
Após sua morte, sua família recebeu inúmeras mensagens carinhosas vinda de tantos e diferentes lugares que reforçaram a certeza de que ele era um grande homem.
Ficam as saudades, uma infinidade de memórias coletivas e uma família unida pelo amor.
Manoel nasceu em Salvador (BA) e faleceu em São Paulo (SP), aos 86 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Manoel, Paula Roiphe Lemos. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Renata Nascimento Montanari e moderado por Rayane Urani em 15 de maio de 2021.