1944 - 2020
Sabia que a joia mais preciosa do mundo era sua família.
“Seu Manel” era conhecido por todos no bairro. Tinha rotina rígida: todos os dias ia ao mercado, mesmo que não houvesse necessidade, e pelo caminho falava com um, cumprimentava outro. Sempre muito atento por onde andava.
Por ter trabalhado com a venda de joias, sempre encontrava alguma coisa caída no chão, de alguém distraído.
Mas seu maior tesouro era a família: a esposa Dona Lucília, dois filhos – Isabel e Marcelo – e os netos – Vinícius e Viviane. Gostava de se reunir com todos, sempre com a mesa posta e farta.
Depois de aposentado começou a trabalhar vendendo comida na rua. Fez mais amigos, tornou-se, como queria, útil.
Quando adoeceu escondeu dos familiares e amigos o que estava realmente sentindo, minimizando os sintomas. Dizia que tinha uma família para proteger e tomar conta.
Manoel nasceu no Rio de Janeiro (RJ) e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), aos 76 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Manoel, Viviane. Este texto foi apurado e escrito por marcia horacio barbosa, revisado por Didi Ribeiro e moderado por Rayane Urani em 28 de maio de 2020.