1975 - 2020
Uma enfermeira que adocicava almas.
A pessoa mais popular em seu ambiente de trabalho. Ela trabalhou em diversos cargos dentro de um hospital, até alcançar o de seus sonhos: técnica em enfermagem, na emergência. Conseguiu, pois como ela fazia questão de afirmar, “não era fraca”.
Chegava para trabalhar todos os dias trazendo um sorriso largo e uma sacola de comidas e quitutes que ela mesmo fazia, já que adorava cozinhar. Ela dizia que gostava de “boia” forte e de “quem come bem.”
E assim, cheia de doces e simpatia adocicava tardes. Em meio à correria de uma emergência pública lotada, Mara se doava e amenizava o cansaço e sofrimento de seus colegas.
Cada pessoa que a Mara atendia era tratada como um grande conhecido. Todos percebiam a familiaridade tão espontânea e bonita que residia nos diálogos trocados entre ela e pacientes.
Tinha uma fé bonita e expressava gratidão pela vida, tendo enviado mais de mil rosas vermelhas à Nossa Senhora dos Navegantes na última procissão para agradecer por desempenhar sua função salvando vidas.
Gostava de brilho. Deve estar brilhando muito lá onde está agora. Gostava de fartura e tinha uma alma generosa. Mal sabia ela que atenuava almas e que a enorme generosidade que detinha tornou sua missão ainda maior, tendo salvado mais vidas do que pensou.
Mara nasceu em Porto Alegre (RS) e faleceu em Porto Alegre (RS), aos 44 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Vitória Freire, a partir do testemunho enviado por amiga Fernanda Fardin, em 21 de julho de 2020.