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Marcelo de Souza Moura

1978 - 2020

Um homem de família, que amava o trabalho e o mar.

Retidão de caráter e um profundo senso de dever. Essas eram características que pontuavam a vida de Marcelo. Não faltava com as suas responsabilidades para com a família, por quem demonstrava um amor incondicional; e para com o trabalho como policial, sua paixão que sempre era assunto de conversas.

Marcelo também amava o mar, era um homem de Iemanjá. Saía com a família, sem roteiro, para descobrir praias diferentes, fora do circuito turístico. Foi durante essas aventuras que ensinou seu filho, João Marcelo, a nadar nas águas revoltas do mar. Três dias separavam os seus aniversários, por isso, sempre comemoravam juntos as datas com uma festa.

Folião de primeira, adorava o Carnaval e não perdia um ensaio de verão. Aproveitava as folgas da escala apertada de trabalho, para festejar durante a noite. Porém, no dia seguinte, a sua devoção ao trabalho se fazia presente ao chegar sempre em ponto para o serviço.

Era um porto seguro, com quem sua mulher, Jacivane, e seu filho podiam contar. Foi durante os momentos difíceis, como quando sua esposa foi vítima de um incidente violento e pouco depois perdeu a mãe, que Marcelo mais demonstrou sua adoração pela família.

Um homem honesto que lutava pela justiça. Essa é a lembrança deixada por Marcelo.

Marcelo nasceu em Salvador (BA) e faleceu em Jequié (BA), aos 41 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela esposa de Marcelo, Jacivane Moreira Barbosa. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Raul Galhardi, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 14 de julho de 2020.