1943 - 2021
Dona de uma personalidade única. Amava tirar fotos e aproveitar as coisas simples da vida.
Cada pessoa que passa por esse mundo possui características tão singulares que as eternizam em cada ato, em cada lembrança.
Assim foi Marcela, a avó querida, sábia e memorável. Por falar em memória, a sua era impecável, mesmo em meio à fragilidade do corpo diante da efemeridade do tempo.
Lembrava do aniversário de todos os seus entes queridos, e como boa avó, gostava de presentear com o famoso "agradinho", como ela chamava, era seu jeitinho terno de dar um pouco de si além do próprio gesto.
Sabia de cor os números dos telefones de todos da família, e como era habilidosa nisso e na arte de cuidar!
Amava tirar fotos, mas não gostava de mostrar as orelhas, procurava sempre o melhor ângulo. Tinha aversão ao nome Marcilha e, por isso, preferia ser chamada de Marcela. Inclusive, por esse motivo, preferiu que todos os netos tivessem nomes compostos, para o caso de não gostarem e terem uma outra opção.
Ela foi mãe de quatro filhos, seus orgulhos, sua vida. Nos seus momentos finais, sua filha Márcia esteve ao seu lado, cuidando e devolvendo o amor que recebeu durante toda a sua vida. Amor esse que fazia com que se comunicassem através do olhar, e os olhos, espelhos da alma, diziam tanto quando o silêncio ensurdecia todo o ambiente em volta.
"Eu disse quando fui embora: Te amo, minha avó. E ela respondeu: 'Te amo mais' e sorriu. Ah, vó, como eu te disse naquele mesmo dia: Eu te amo do tamanho do mundo e será sempre assim.", declarou a neta Daiane.
Marcela foi muito amada e hoje é a saudade mais bonita na vida de alguém.
Marcilha nasceu em Londrina (PR) e faleceu em Londrina (PR), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Marcilha, Daiane Tais Aguilar. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Leiana Isis de Oliveira, revisado por Renata Nascimento Montanari e moderado por Rayane Urani em 29 de abril de 2021.