1970 - 2020
Amava se vestir de Batman para alegrar todos ao seu redor, sem saber que era ele o super-herói da família.
"Meu pai era um homem trabalhador, alegre, dedicado e sonhador. Ele trocou a lavagem de carros, sua profissão até os 49 anos, pelo diploma em Direito. Sim, esse era o seu maior sonho, e foi realizado no ano passado", desabafa a filha, Silmara Frasão.
Antes de entrar na faculdade, ele não sabia nem ler, mas com o incentivo da filha mais velha, depois de ela passar em uma universidade federal, tomou coragem para, a partir dali, estudar para entrar na faculdade. Foi com essa dedicação que, nos últimos anos de sua vida, ele se entregou somente a isso, pois sabia que aquela era a sua missão de vida e o verdadeiro sentido da sua superação.
"Nesse ano, íamos comemorar os seus 50 anos... Nossa, ele estava sonhando em reunir todos os familiares, todos os amigos, porque o que ele queria mesmo era celebrar a vida. O ano de 2020 era para ser o ano das suas conquistas, ele estava estudando para a prova da OAB com a sua filha e tinha certeza de que os dois iam passar juntos...", continua ela.
Marcos amava as reuniões de família, adorava abraçar seus irmãos, tinha orgulho dos seus filhos (todos eles: a bailarina, o engenheiro, a advogada e o estudante), exibia-os como um troféu de Copa do Mundo e não hesitava em cantar o hino da Champions League com seus genros e sobrinhos. Ele foi o melhor pai do mundo, o melhor avô, o melhor sogro, o melhor irmão e o melhor filho que poderia ser.
Todos afirmavam que ele era muito alegre, que por onde passava espalhava piadas, colocava apelido em todo mundo, criava histórias. Com seu jeitinho, era inevitável, ele divertia a todos. Além de divertido, Marcos auxiliou muita gente, foi um homem sempre disposto a ajudar o próximo, não importando as circunstâncias. "Ele tinha uma fantasia do Batman e só a vestia em datas comemorativas. Mal ele sabia, ele era o nosso verdadeiro super-herói", conclui Silmara, emocionada, afirmando em seguida que o pai já está fazendo muita falta.
Marcos nasceu Belém (PA) e faleceu Pará, aos 49 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Allanis Carolina, a partir do testemunho enviado por filha Silmara Frasão, em 16 de maio de 2020.