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Marcos Antônio Ferreira de Andrade

1972 - 2020

Companheiro amoroso e apaixonado, dizia à esposa que só a morte os separaria.

“Homem honesto, alegre, uma pessoa com uma luz especial, era companheiro de todas as horas, fiel, amoroso, respeitador, pai presente.” Assim Marcos Antônio ficará guardado no coração de sua esposa Alessergia.

A vida mudou para ela, que lamenta a rotina tão subitamente transformada: “Hoje, ao meio-dia, o portão não abre mais como acontecia todos os dias”.

“O café não tem mais o pão de queijo da Maria, o pão com ovos do Ítalo”, ela diz. Alessergia conta que Marcos Antônio vivia para a família, “era sempre na dele, do trabalho para casa”.

Ela conta que eles viveram uma história intensa — “Amor à primeira vista!” — e dividiam, além de outras coisas, a visita à casa da mãe aos sábados, o preparo do almoço juntos aos domingos...

Uma relação tão boa que eles, em suas conversas, diziam que só a morte os separaria. A tristeza ainda domina os sentimentos de Alessergia, que lamenta não ter podido se despedir de seu companheiro. Queria o último beijo, o último abraço, o último eu te amo. A dor é grande, mas as lembranças são cheias de amor. Ela experimentou — e sabe disso — uma vida cheia de beijos, abraços e eu te amos, todos os dias.

Marcos nasceu em Boa Vista (RR) e faleceu em Boa Vista (RR), aos 48 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela esposa de Marcos, Alessergia da Silva Alves. Este tributo foi apurado por Andressa Vieira, editado por Míriam Ramalho, revisado por Otacílio Nunes e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.