Margarida Ramos Coelho

1938 - 2020

Uma flor resistente que perfumou o cerrado com esperança e coragem.

Ana Paula escreveu a seguinte homenagem à avó Margarida:

Margarida, cearense, mudou-se para Brasília em 1956, casada e com dois filhos, Vicente e José, vindos com ela do Ceará. Ela já havia enterrado três: Antônia, Juliano e Maria, filhos que morreram ainda bebês no estado natal. Em Brasília teve Berta, Beatriz, Elena, Francisco, Eliana, Olindina, Antônio e João.

Guerreira, sempre lutou para criar seus filhos. No total, foram 13. E ainda criou mais dois netos, Ana Paula e Pedro. Queria ter estudado, mas não pôde. Foi mãe e dona de casa, sempre guerreira.

Separada, se recriou e venceu, em busca de paz e de ter sua casinha arrumada do seu jeitinho. Zelosa, gostava que tudo fosse muito bem feito. Devota de Nossa Senhora Aparecida, sempre teve muita fé na "mãezinha do céu", como ela chamava Nossa Senhora.

Gostava de música. Era fã do Ronnie Von, do Luís Gonzaga, do padre Alessandro. Sua alegria era Estopinha, Pituca e Kadu, os três cachorrinhos que tratava como reis. Não resistia a uma rapadura, Coca-Cola... eita! Aí era uma loucura! Mesmo não podendo, ela bebia (risos).

Adorava contar histórias das feiras que o pai fazia no Ceará, onde até Luís Gonzaga tocou antes mesmo de ser famoso, e narrava suas memórias com os irmãos e os pais.

Seu sonho era que cada filho e cada neto tivesse sua casa e que estivesse bem, com saúde e trabalho, que a família fosse unida. Queria ter paz. Lutou contra um câncer, teve diabetes, sofreu um infarto, mas foi a Covid-19 que a levou.

Lutou bravamente. Dizia que, se fosse merecedora, queria ir dormir e não acordar mais, e assim ela se foi. Em coma induzido, não resistiu. Foi ficar ao lado da "mãezinha do céu" e está brilhando por nós.

Obrigada, mamãe, por tudo! Por ter mostrado a garra de ser guerreira e por ensinar que nada é impossível. Nossa eterna mãe, avó e bisavó, linda como a flor, Margarida!