Maria Aparecida Andrade

1966 - 2020

Com a serenidade estampada no rosto redondinho, Cidão do Bonde sorria do cantinho dos lábios ao brilho de seus olhos.

À primeira vista, Cida transparecia fragilidade. Alguns traços de timidez em seu semblante e em seu sorriso comedido demonstravam uma fragilidade que, na verdade, nada tinha a ver com sua alegria e disposição. Seja na vida pessoal ou profissional, Cidão do Bonde arrumava o tempo que fosse preciso para investir na família, nas amizades e no bem-estar dos pacientes.

Técnica de enfermagem esforçada e dedicada, trabalhava em dois hospitais diferentes, um em Contagem e outro em Belo Horizonte. Nem mesmo a peregrinação diária pela região metropolitana da capital mineira lhe tirava a disposição. Cidão tinha força de vontade de sobra para perseguir seu principal objetivo, pessoal e profissional: salvar vidas. Não à toa, dedicou sua vida a cuidar do próximo.

Apesar de seus dois empregos e do tempo curto que lhe restava para o lazer, procurava estar sempre presente para sua família que tanto amava. Sempre dava um jeitinho de estar por perto do marido, do filho e do irmão.

E foi, justamente a habilidade de arranjar algum tempo livre em meio ao caos da rotina, que lhe permitiu tocar vários corações: da família, dos amigos, assim como dos colegas de trabalho e demais conhecidos. No entanto, a maior fonte de amor e gratidão na sua vida são os corações dos pacientes salvos, de corpo e alma, por suas mãos habilidosas e seus sorrisos sinceros.

"Ai Cida, como é difícil chegar pra trabalhar e não ver o seu sorriso, sua alegria, não poder receber o seu abraço carinhoso... Você faz falta, amiga. Muita falta. Cidão do Bonde sempre estará em nossos corações!", despede-se a amiga e colega de trabalho Cristiane.