1960 - 2021
Foi uma viajante por natureza, daquelas cuja alma se inquietava se a próxima viagem demorasse acontecer.
Maria Aparecida, amor da filha Luanda que a conhecia em seu íntimo, seus medos, suas angústias e sonhos de forma singular, sempre captando a sua essência de mulher “tão pequena e tão grande”.
Ao homenageá-la, buscou as melhores palavras para expressar sua gratidão pela oportunidade de ter vindo parar nesse mundo e nessa jornada chamada vida por meio de seu ventre.
Uma mulher que nutriu de amor seu esposo, filhos e o netinho a quem chamava de “Meu menininho” e que, ainda no seu leito de morte, apregoava o amor à vida dizendo “Eu quero viver com a liberdade que eu preciso!”
Uma mulher que lutou bravamente. Uma guerreira admirada por todos pela sua força e coragem e que se tornou alvo, em seus últimos dias, de uma verdadeira onda de amor em forma de palavras, ligações, abraços, olhares e lágrimas dos que a amavam.
Deixa na memória dos seus familiares as muitas viagens realizadas, as receitas trocadas, as conversas partilhadas, os risos divididos, o eterno e verdadeiro amor vivenciado provando que “A vida é tão rara...”
Seguirá para a eternidade levando, e ao mesmo tempo deixando, a luz e a paz que preencherá a saudade dos que ficaram e, em especial de Luanda, que se dirige a ela com o pequeno poema:
“Iansã comanda os ventos
E a força dos elementos
Na ponta do seu florim
É uma menina bonita
Quando o céu se precipita
Sempre o princípio e o fim".
Maria nasceu em Salvador (BA) e faleceu em Aracaju (SE), aos 60 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Maria, Luanda Azevedo Vieira Lima. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Luana Bernardes Maciel e moderado por Rayane Urani em 9 de maio de 2021.