1946 - 2020
"Senta e toma um cafezinho." Foi a pessoa mais acolhedora que Juliana conheceu.
"Ontem, enquanto eu desenhava a paciência, surgia a memória daquela gigante mulher. Nossa Augusta, o que tinha de estatura pequena tinha de grandeza de espírito. Uma avó na casa da minha avó, minha tia, mãe de tantos e amiga de todos que passavam pela casa. Era ela a sempre acolher com seus sorrisos, falava as verdades olhando no olhos. Quando eu era criança, pedi a Augusta pra me levar ao Sertão dela, e assim fomos para Quixadá. Na última vez que nos falamos (faz tempo e isso eu lamento), ela lembrou dessa viagem, onde ela deixou em me soltar na sua terra desfrutando o amor daquela família. Com seus finos cabelos e pele lisa, cheirava sempre uma fragrância do amor. Nos convidava para desfrutar as melhores receitas, e um vatapá divino. Ela se doou numa vida inteira pelos seus e aqueles que estendeu a mão como sua família. Ela dava colo, dava conselho e é presença feliz da infância de tantos. Olhar firme, sorriso alegre e palavras certeiras. Mulher de paciência e boas mensagens. Eu queria te compreender, por ser tão atenciosa com todos e viver para tantos sem a menor hesitação. Um exemplo de paciência e disposição. Gratidão, minha querida. Siga em paz. Te amamos!"
De sua sobrinha de coração, Juliana Freitas.
Maria nasceu Ceará e faleceu Fortaleza (CE), aos 79 anos, vítima do novo coronavírus.
História revisada por Rayane Urani, a partir do testemunho enviado por sobrinha de coração Juliana Freitas F. Lima, em 18 de julho de 2020.