1934 - 2020
Nutria um enorme carinho pelas estudantes vindas do interior, para as quais costurava de graça.
Melita era a maneira carinhosa que familiares e amigos chamavam Maria Carmelita. Ex-priora da Ordem Terceira do Carmo de João Pessoa, era muito religiosa e orava diariamente pelos familiares.
Durante a vida profissional, foi diretora da residência universitária feminina da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), nutria grande carinho pelas estudantes carentes que vinham do interior, chegou a costurar roupas para elas sem cobrar nada por isso. Era funcionária pública aposentada.
Morava em uma fazenda, que ela chamava de paraíso na Terra. Ela sempre gostou de ler, principalmente a vida dos santos da Igreja Católica, e seu único sonho era recuperar a visão ─ que perdera em 2018.
A felicidade para ela era ver os filhos, netos e bisnetos bem, realizados tanto no âmbito pessoal, quanto no profissional. Melita deixou oito filhos, 34 netos e 20 bisnetos.
Ela sempre dizia que uma das melhores formas de se conviver bem com alguém é colocando-se no lugar do outro. "Isso torna qualquer jornada mais fácil", dizia ela. "Quando as coisas estiverem difíceis para você, coloque-se no lugar do outro e reflita se também não deve estar muito difícil para ele", aconselhava ela.
Então, ela concluía: "A partir daí, seja gentil com aqueles que te cercam, pense em suas batalhas internas e pense também em si mesmo, pois apenas podemos amar o próximo, se amarmos a nós mesmos."
Melita foi a segunda morte por Covid-19 confirmada na Paraíba, estado em que nasceu.
Maria nasceu em João Pessoa (PB) e faleceu em Patos (PB), aos 86 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha de Maria, Márcia Paiva de Oliveira. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Mateus Teixeira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 11 de janeiro de 2021.