1968 - 2020
Uma mulher do povo, destemida, que inspirava todos à sua volta com seus inúmeros talentos.
Esta é uma carta aberta da filha Laura para sua mãe:
Nenhuma dor é fielmente imaginável até ser, de fato, sentida na pele.
Mãe, eu sei o quanto a senhora era forte e o quão difícil foi sua luta.
Apesar da sua partida, suas raízes permanecem com a gente, nos conselhos que deixou e nas virtudes que ensinou. O brilho dos seus olhos é a luz que ilumina nossas vidas. Meus irmãos e eu sentimos muito a sua falta. Tem saudade sua espalhada por todo lugar.
Nossa lembrança é da mãe e avó amorosa que estava sempre de bem com a vida, que sempre nos deu do bom e do melhor, e cuidou da gente do seu jeito e como ninguém! Forte, muito vaidosa, sem medo e nem vergonha de nada.
Mainha, a senhora foi uma das mulheres mais loucas - no bom sentido -, que eu já conheci, além de ter sido grande em tudo que fazia. Incomparável confeiteira e cozinheira, dona de uma caligrafia impecável, e ainda bordava, costurava, pintava, decorava, desenhava, modelava, esculpia e escrevia com primor.
Nós sempre estaremos contigo, recordando as lindas histórias que vivemos juntinhos, as dificuldades que enfrentamos, os sonhos que sonhamos.
A saudade que aperta e tira o sono é a mesma que mantém vivo o imenso e eterno amor que sentimos por ti.
Vivemos na esperança de um dia te encontrar de novo. Te amamos muito, mainha.
Maria nasceu em Itapissuma (PE) e faleceu em Recife (PE), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Maria, Laura Noemia Nascimento da Silva. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Mariana Quartucci, revisado por Ana Macarini e moderado por Rayane Urani em 22 de março de 2021.