1940 - 2021
Sempre alegre e com um coração acolhedor, dona Branca tinha o divino dom de ser mãe.
A primogênita dentre dezesseis irmãos sempre foi um pouco mãe de todos, inclusive dos pais. Com cabelos loiros e longos desde a juventude, ganhou o apelido de Branca e assim foi chamada por toda a vida desde então. Era a dona Branca, a tia Branca, a tia Branquinha e era amada por onde passava. Mãe de oito filhos, sendo apenas um deles homem, era como um touro na proteção dos seus.
Foi uma mineira guerreira e forte, sempre lavou roupas para fora, teve criação e fazia de tudo para trazer o sustento para a casa junto com o marido Manoel. O casal lutou muito para proporcionar uma vida digna para as crianças e deixou a cidade onde se casaram para buscar uma vida melhor em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Os filhos cresceram, alguns se casaram e então Branca e Manoel resolveram se mudar para Contagem, queriam mais tranquilidade e, ao mesmo tempo, permanecer nas proximidades da prole toda.
Ao longo dos anos, vieram os netos: oito também. De novo a vida os presenteou com sete meninas e um menino. Dona Branca teve também um bisneto que era o xodó da bisa.
Branquinha era amada por todos e por onde passava sempre havia alguém que a chamava de mãe. Seu coração tão acolhedor abria as portas para que fosse sempre muito bem recebida na casa de todos que a conheciam. Ela distribuía e ganhava muito amor e carinho. Todos os familiares, amigos e vizinhos têm dona Branca como exemplo de vida, de garra e de força.
Ela amava dançar, cantarolar músicas antigas e ter a casa repleta de filhos e netos. Também amava ver novelas e era uma mulher de muita fé, daquelas que não gostavam de perder uma missa. Dona Branca sentia falta de ir à igreja durante a pandemia, então, passava o dia assistindo aos programas católicos na televisão.
"Ela nos deixou fisicamente no dia 23 de março de 2021, mas também nos deixou muito amor e força!", conclui a neta Samantha.
Maria nasceu em Itambacuri (MG) e faleceu em Contagem (MG), aos 80 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela neta de Maria, Samantha Átila Vieira dos Santos. Este texto foi apurado e escrito por Lígia Franzin, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 8 de setembro de 2021.