1946 - 2021
De riso fácil e coração puro, escondia os doces para driblar a família e a diabetes.
Mulher batalhadora, logo após o casamento deixou a terra pernambucana com o esposo e o primeiro de seus oito filhos para tentar uma vida melhor em São Paulo.
Após a mudança, enquanto o marido trabalha na construção civil, fazia marmitas para vender aos operários que trabalhavam com ele. "Foi assim que dona Maria, como era conhecida por todos, lutou e criou sua prole, ensinando a cada um as maiores virtudes do ser humano: a humildade e a honestidade", relata a nora Ana Paula.
Era uma mulher de muita fé, o que a fortaleceu e a confortou diante das adversidades da vida. Segundo Ana Paula, foi nessa espiritualidade que dona Maria se agarrou diante da perda da filha caçula, aos 18 anos.
Com os filhos casados, mudou-se para um sítio e, como conta a nora, “sua maior alegria era quando os filhos, as noras e os netos se reuniam.”
Apesar de diabética, Ana Paula conta que a sogra costumava esconder no quarto as guloseimas para comer escondida e sozinha. “Os doces eram sua teimosia”, ela lembra.
Com seu esforço e luta, dona Maria foi a base da família.
Ana Paula faz questão de registrar que “o sítio nunca mais será o mesmo... As festas de finais de ano nunca mais serão as mesmas, pois faltarão seu sorriso e sua alegria.”
Maria nasceu em Buíque (PE) e faleceu em Aguaí (SP), aos 75 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela nora de Maria, Ana Paula Custódio da Silva. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Denise Stefanoni, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 2 de maio de 2021.