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Maria das Graças da Silva Vieira

1950 - 2020

Entre agulhas e linhas costurava a união da família.

Dona Graça, como era chamada, possuía uma personalidade muito forte e fazia de tudo para defender e proteger os seus; amava reunir toda sua grande família mesmo que em espaços pequenos, afinal isso não importava, pois na presença de seu enorme coração, mesmo os menores espaços tinham o tamanho perfeito. Seus elogios eram sempre guardados para os momentos certos e tinham uma grande importância para os que os ouviam, mesmo que pudessem parecer muito simples aos que estavam de fora. Ela dizia "eu te amo" em pequenos gestos, como em abraços ou quando fazia um prato favorito específico, ou ainda quando costurava algo para seus netos e filhos. A cada despedida confirmava os pequenos gestos dizendo "eu te amo" com palavras.

Dona Graça tinha mãos de uma fada se falarmos de uma de suas paixões: a costura, ela a fazia como ninguém, essa era uma de suas formas de presentear os que amava, mas também foi uma forma de suas últimas contribuições para muitos: usar seu dom para proteger quem foi possível — fazendo máscaras.

"Minha mãe, mulher guerreira que lutou para criar os filhos. Foi muito amada por todos", conta a filha Luciana.

Era uma mulher extremamente forte e enfrentou diversos problemas durante sua vida com muita garra, estava sempre disposta a ajudar e seu amor pela família e sinceridade eram características marcantes de sua forte personalidade. Uma de suas paixões adquiridas que talvez tenha sido a maior foi Jesus e ela amava se sentar na rede e conversar com Ele depois de ler a Bíblia.

Gostava também de assistir novelas e seu filme favorito era "O Auto da Compadecida", divertia-se muito com as travessuras dos personagens e sua alegria era extremamente contagiante.

Dona Graça jamais será esquecida, pois marcou a vida de cada um que ela passou pelo caminho e de quem ela fazia parte da vida, deixou amor para jamais ser esquecido e a certeza de que em breve nos encontraremos.

Maria nasceu em Tutóia (MA) e faleceu em São Paulo (SP), aos 69 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela filha e pela neta de Maria, Luciana Silva Sousa e Gabriele Paulino Vieira. Este texto foi apurado e escrito por Gabriele Paulino Vieira, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 1 de agosto de 2020.