Maria de Jesus Veloso Silva

1948 - 2020

Aos domingos, queria a casa lotada para servir a melhor galinha caipira e o feijão sem igual que preparava.

Ela desejava ter sido registrada como Maria das Graças, mas tornou-se mais conhecida como Maria "do Enoque”: o nome do esposo, que perdeu precocemente.

Na falta do companheiro, precisou de garra, determinação e perseverança para criar sozinha os seis filhos. E cultivava a memória do esposo pelas várias histórias que contava aos netos, que não chegaram a conhecê-lo em vida.

Para os filhos, era exemplo de humildade, caráter e dignidade. Para os netos e bisnetos, os quais chamava pelos nomes no diminutivo, era a pessoa mais amorosa, garantia de abrigo e dona do melhor colo e dos maiores afagos. Era também a avó que gostava de se cuidar e estava sempre arrumada e cheirosa.

Disciplinadora, ensinava aos netos a importância de se pedir “a benção” a cada chegada, saída ou ligação; e exigente, pois era sua a última palavra. Até por isso, era conhecida como “a general Dona Maria”.

Por quase cinquenta anos morou no bairro Parque Piauí e frequentava o mercado público, onde era bastante conhecida. Esse cenário parece impregnado da sua presença, especialmente a rua em que ficava sua casa.

A neta Janielle Suyane manifesta o desejo “de que sejamos inspirados pelos ensinamentos e pela sua força de viver”. E a neta Etiellen Lenoir escreve: “Suas dores foram combustível para viver. Sua autenticidade foi sentida e compartilhada com muitos. Deixou marcas de amor e um mundo muito melhor do que aquele que encontrou. Dona Maria deixou a mais incrível das lições: o amor compartilhado em vida nos ensina que amar vai além de respirar".