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Maria de Oliveira Barbosa

1939 - 2020

Como demonstração de amor, escutava com carinho. Trazia conforto e paz em sua voz.

"Tinha 81 anos, mas era a minha pessoa, o meu bebê". As palavras que revelam um carinho profundo são de Alyne, que se recorda da avó Maria como uma típica senhorinha do interior, ainda que tivesse morado a vida toda na cidade grande.

É que Maria era acolhedora de um jeito capaz de transportar as pessoas para um outro tipo de lugar. Não sem motivo, sua casa estava sempre cheia, alegremente frequentada por seus oito filhos, vários netos e tantas outras pessoas queridas.

A hospitalidade de quem sabia ser aconchego também transparecia nas delícias que ela preparava. Bolinho de chuva, pão caseiro... Aquela comidinha que, mesmo se fosse um simples arroz e feijão, era a melhor do mundo!

Só de ouvir a voz e as histórias de Maria, Alyne já se sentia bem. Quando as conversas não podiam ser presenciais, aconteciam por telefone, podendo durar várias horas. Bastava o telefone tocar, para que ela oferecesse a quem ligava duas das maiores preciosidades que todos temos na vida: tempo e atenção.

Mulher de muita fé e devota de Nossa Senhora Aparecida, Maria também demonstrava seu afeto por meio da reza do terço e das novenas que fazia na intenção dos seus, porque se preocupava com todos e os queria muito bem.

Os corações que ficam encheram-se de saudade de uma pessoa especial e muito querida. Mas podem se confortar na certeza de que todo o amor de dona Maria foi correspondido em forma de cuidado, presença e partilha.

Maria nasceu em Maracaí (SP) e faleceu em Guarulhos (SP), aos 81 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela neta de Maria, Alyne. Este tributo foi apurado por Larissa Reis, editado por Larissa Reis, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 26 de junho de 2020.