1944 - 2021
Apesar de viver longe do mar, levou as três gerações de sua família à praia várias vezes.
Ela foi uma mulher guerreira que criou sozinha as filhas com muito trabalho e dedicação. Era um exemplo de força física e moral, que enfrentou com resignação a perda de duas filhas.
Contribuiu sem medidas na criação e cuidados com netos, tanto que às vezes era até alvo de críticas por isso. Ela viu sua descendência até a terceira geração e foi muito presente na vida de todos. Teve a alegria de ver netos se formando em faculdades de Administração e Engenharia Civil e uma bisneta ganhando medalhas como atleta.
Maria do Carmo trabalhou até os 78 anos de idade. Amava cozinhar e ver todos comendo e juntos. Ela sempre falava de seu orgulho e sua gratidão a Deus porque a família conquistou tudo isso vivendo em uma comunidade onde ela sofreu muito e, mesmo assim, soube ser um exemplo de amor e dedicação, escolhendo sempre perdoar a carregar sua tristeza quando ficava chateada com atitudes de algumas pessoas.
A filha Simone, que chegou a escrever um livro sobre a história da mãe, conta um pouco de suas aventuras: “Minha mãe amava estar perto do mar e por três vezes foi à praia com todas as filhas e todos os netos e bisnetos. Andava a cavalo e ia para o rancho com os bisnetos”.
Seu amor à família esteve presente até o último momento de vida. No dia em que faleceu duas familiares estavam com ela no hospital. Ao perceberem sua agitação, colocaram um áudio dos dois bisnetos para ela escutar. Ouvindo as vozes de quem tanto amava ela instantaneamente se acalmou e partiu.
Maria nasceu em Abaeté (MG) e faleceu em Belo Horizonte (MG), aos 78 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela filha de Maria, Simone Souza. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Vera Dias, revisado por Maria Eugênia Laurito Summa e moderado por Rayane Urani em 28 de novembro de 2022.