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Maria do Carmo Oliveira Venancio

1955 - 2020

Conquistava as pessoas em todo lugar que ia, fazendo amizades saudáveis e duradouras.

Vó Dudis para as netas, Dudu para os demais. Assim era conhecida esta mulher jovem, bonita, alegre, extrovertida e cheia de vida!

Quando mais nova, conheceu José Máximo. Apaixonou-se e casou. O início da vida em casal não foi fácil, mudaram de cidade em busca de trabalho e foram para Cubatão, no litoral de São Paulo.

Sempre dinâmica e trabalhadora, conseguiu superar as dificuldades. Um tempo depois, José Máximo foi transferido para Vitória, no Espírito Santo, foi quando fixaram residência na Serra.

Por lá, a vida seguiu bem, tiveram três filhos e duas netas. Maria do Carmo fez cursos e abriu o próprio negócio: um salão de beleza.

Ela era muito boa na arte de fazer sobrancelhas. As clientes a amavam, pois era bondosa e muito simpática com todos.

Sua casa vivia cheia de amigos, que gostavam da sua companhia e também das comidas deliciosas que ela preparava. Sempre que podia, colocava as músicas do Fábio Júnior pra tocar e fazia um torresminho com aipim para comer. Ela amava!

"Fazia como ninguém um gratinado de batatas chamado 'tentação sueca', uma lasanha maravilhosa e uma moqueca capixaba inesquecível", conta Cleusa, irmã de Maria do Carmo.

Casada por quarenta e um anos, Maria do Carmo dedicou-se à família e ao trabalho, mas também ajudou quem podia por meio do trabalho voluntário para levar a leitura bíblica às pessoas que não tinham essa oportunidade e acesso.

Não foi atriz, mas marcou presença com seu altruísmo e amor ao próximo. "Todo esse carinho ficou registrado no discurso online que aconteceu após a sua partida. Quase mil pessoas estavam presentes", recorda-se Cleusa, que complementa: "Ela estará sempre em nossos corações. Tenho certeza que, em breve, nos veremos na ressurreição. É isto que nos dá força para continuar."

Maria nasceu em Caiana (MG) e faleceu em Campos (RJ), aos 64 anos, vítima do novo coronavírus.

Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela irmã de Maria, Cleusa Maria. Este texto foi apurado e escrito por jornalista Rayane Urani, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 22 de outubro de 2020.