1931 - 2020
Uma avó amorosa e alegre. Tinha o hábito de ler a Bíblia e sentar-se em sua cadeira de balanço no fim da tarde.
O que Maria mais gostava de fazer era viajar. Seus hobbies também incluíam bordado e costura, inclusive, quando mais nova, vendia essas produções em uma feira. Ela fazia questão que “cada filho, neto ou bisneto tivesse uma arte sua em casa. Uma colcha de retalhos, uma almofada ou um pano de prato, que ela bordava com tanto amor”, conta a neta Raquel.
“Uma árvore frutífera que deu muitos frutos”, sendo 14 filhos, 48 netos e 41 bisnetos. Gostava de reunir-se com eles para almoçar e, nessas ocasiões, lia a Bíblia e orava.
Religiosa, ela rezava todos os dias antes de dormir. Raquel lembra o sonho da avó: que os todos os filhos seguissem os ensinamentos do “Criador”. Maria também aconselhava os familiares sobre o que deveriam fazer depois que ela partisse.
Uma avó atenciosa, gostava de pegar os netos no colo, cantar para eles, além de brincar de boneca com as crianças. “Era tão feliz e contagiava todos com a sua alegria. Por isso, a dor é tão grande em não tê-la mais fisicamente”, disse Raquel.
Era muito querida e conhecida pelos moradores da cidade de Maruim. Segundo a neta, “no final do culto, na igreja, os jovens sempre faziam fila para beijar-lhe a testa. Para todos, Maria tinha uma palavra de ânimo, alegria e conforto”.
Cultivava o hábito de sentar em uma cadeira de balanço ao fim das tardes para “olhar a vida passar”, também gostava de usar cremes e perfumes. “Lembro-me lembro do cheirinho que ela exalava, pois era muito cuidadosa”, conta Raquel.
Devido à idade avançada, surgiram alguns problemas de saúde e Maria passou a precisar ir ao médico, uma obrigação que ela detestava cumprir. Em sua última consulta, ao ser informada que seria internada, afirmou: “Aqui não fico, amanhã vou para a casa”.
Segundo Raquel, Maria deixa bordado no coração daqueles que a conheciam “amor, sensatez e bondade”. A neta se despede: “Até um dia, vó!”
Maria nasceu em Nossa Senhora das Dores (SE) e faleceu em Maruim (SE), aos 88 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Maria, Raquel Santos Ismerim. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Isabela Andrade, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.