1946 - 2020
Levava na malinha a felicidade em forma de roupa nova, batendo de porta em porta, fazia a alegria da mulherada.
Dindona ou Conguinha, como era carinhosamente chamada por todos, era famosa por sua alegria, sua força interior e sua capacidade de vencer os desafios da vida.
Adorava ter a casa cheia, amava a companhia dos amigos e da família. Foi uma mãe dedicada para seu filho Lidiomar e uma avó maravilhosa para os netos Dandara Yasmin e Ycaro Geovani.
Festa? Isso era com ela mesmo! Fazia questão de participar do planejamento, dos preparativos, da farra na cozinha preparando os comes e bebes e da alegria coletiva, na hora de aproveitar o convívio com aqueles a quem queria bem, e com quem amava dividir os dias.
Era louca pelo Carnaval. "Mesmo já 'véinha' não perdia essa festa por nada nesse mundo; e, também, jamais recusava partilhar uma cervejinha gelada", contou a sobrinha, Tatiana.
Alegrias, tristezas, sonhos, confidências, dificuldades e conquistas eram divididos com sua irmã Nilza, que era sua parceira de vida. Os passeios no sítio eram sempre mais divertidos com a presença de Conguinha. Nilza garante que: "Nunca viu uma gordinha mais alegre!". Falavam-se ao telefone diariamente, as irmãs eram uma espécie de "fada-madrinha" uma da outra.
Mas, parece que Alguém, lá em cima, estava precisando da Dindona, de seu colo sem tamanho, de seu coração doce, de sua luz... Foi por isso, só pode ter sido por isso, que Maria foi lá ter com os anjos.
Uma coisa é certa, o Céu, com a presença de Maria, jamais será o mesmo. Há de ter festa todos os dias. Há de ter alegria espalhada pelas nuvens. Há de ter a luz de Maria refletindo amor para seus afetos aqui na Terra, todo santo dia.
Maria nasceu em Salvador (BA) e faleceu em Salvador (BA), aos 74 anos, vítima do novo coronavírus.
Tributo escrito a partir de testemunho concedido pela sobrinha de Maria, Tatiana. Este texto foi apurado e escrito por Ana Macarini, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 10 de junho de 2020.