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Maria Helena Pereira de Souza

1951 - 2020

Ensinou a amar. Não por palavras, por gestos... A mãe de todos nós tinha um sorriso e um olhar inconfundíveis.

Tinha sempre um sorriso iluminado no rosto. Era generosa e gostava de presentear. Por onde ela passava, alguém a parava para conversar. Todos brincavam que ela deveria ser vereadora, tamanha a sua popularidade. Dona Lia era muito amada e querida pelos familiares e amigos. Seu quintal e sua varanda eram seus refúgios. Lugares sagrados para ela. Agregadora, sempre reunia seus filhos, netos e bisnetos. Gostava de contar histórias de sua infância e de dançar.

A sua voz era doce e inconfundível, seu sorriso era lindo, seus cabelos, sempre vermelhos, brilhavam ao sol. Era vaidosa e dona de um grande amor-próprio. Amava sua família e a todos ela chamava de filho. Ninguém saía de sua casa de mãos vazias. Quem a visitava, levava um pedacinho de doçura e pelo menos uma fruta do seu quintal.

Sua primeira bisneta já havia chegado; e ela estava à espera do primeiro bisneto nascer. Infelizmente, não chegou a conhecê-lo, mas, certamente, ele também saberá quem ela foi.

Dona Lia era o mais puro e verdadeiro amor. Jamais será esquecida.

Maria nasceu em Maragogipe (BA) e faleceu em Candeias (BA), aos 69 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo neto de Maria, Erick de Assis Lima. Este tributo foi apurado por Flavia Campos , editado por Flavia Campos , revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 4 de julho de 2020.