1922 - 2020
Tia Maroquinha tinha o sorriso do tamanho do mundo e muito amor em seus olhinhos.
Ah, tia Maroquinha, quanto mais passado o tempo, mais o amor aumenta, mais saudade vem...
Ela fazia parte da primeira turma de professores do Grupo Escolar de Guapé, em Minas Gerais. Professorinha da história da educação em Guapé, um rostinho suave, bonito...
Muitos ex-alunos devem ter cantado e alguns ainda cantam: "Que saudade da professorinha... que me ensinou o bê-á-bá". Dona Maroquinha! Que gracinha!
"Hoje, transborda sua empatia lá no Céu, ao lado do meu papai", diz Ana Carolina, a sobrinha que envia também outra linda homenagem, agora em forma de música:
A saudade que se guarda das coisas da vida,
Que a gente gozou,
Pode inté se arrelembrar,
Tantas coisas velhas que já se passou,
Quanto mais passado o tempo,
Mais o amor aumenta,
Mais saudade vem,
Mode a gente arrelembrar,
Dos amor querido que a gente quis bem.
Siá Mariquinha, Maroquinhazinha,
Sua velha casinha nos tempos de amor,
E a ventania de riba da serra,
Pegou a casinha e escangalhou.
Ai, ai, Siá Mariquinha, isto não é brinquedo,
Me diga se a saudade mata,
Se a saudade mata,
Qu´eu já tô com medo.
Minha pobre Mariquinha,
Sua casinha tinha, um pé de jatobá,
Onde toda tarde fria sabiá subia,
Pru mode cantar,
E o riacho lá da serra,
Que vinha por terra,
Rodiando a volta,
Ah,quanta saudade morta,
Ninguém dá jeito,
O jeito é cantar.
Siá Mariquinha, Maroquinhazinha,
Sua velha casinha,
Dos tempos de amor,
E a ventania de riba da serra,
Pegou a casinha e escangalhou.
Ai, ai, Siá Mariquinha, isto não é brinquedo,
Me diga se a saudade mata, se a saudade mata,
Qu'eu já tô com medo.
Música "Siá Mariquinha", de Dominguinhos.
Maria nasceu em Guapé (MG) e faleceu em São Paulo (SP), aos 97 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela sobrinha de Maria, Ana Carolina Alves Barros. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Lígia Franzin, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 14 de agosto de 2020.