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Maria José de Oliveira da Lapa

1947 - 2020

Tinha costume de rezar de madrugada, quando "a fila era menor para falar com Deus".

Mulher de fé, forte e sempre solidária. Se achava na bagunça que fazia.

Às 3 horas da manhã de qualquer dia, era possível encontrar Maria orando no banheiro. Segundo o que dizia à filha Julia, "a fila era menor para falar com Deus". Comparecia aos cultos todos os dias e, nas horas vagas, gostava de ler a Bíblia e pregar sobre o amor de Deus para quem tivesse a sorte de ouvir.

Foi casada durante cinquenta e quatro anos, e viveu uma linda história com Geraldo, partilhando momentos únicos, com as dores e delícias de um casamento. Amaram-se, respeitaram-se e foram felizes construindo um relacionamento baseado em muito carinho e cumplicidade.

A linda união resultou em 6 filhos, 16 netos e 4 bisnetos, todos cercados de amor e afeto. Maria e Geraldo fizeram o melhor que puderam pelos filhos, criando e educando todos pelos melhores caminhos existentes: da fé, do amor e do respeito. Os netos e bisnetos tiveram o que de melhor avós sabem dar: amor.

Antes de passar a morar com uma das filhas, Maria sempre reunia a família para almoços e outros momentos especiais. Gostava de cozinhar no fogão a lenha e preparar várias receitas deliciosas. Respeitava todas as formas de vida, e via nelas a expressão da alma. Depois que se mudou para a chácara, cuidava com muito amor das plantas e galinhas que lhe faziam companhia.

Era um tanto desorganizada, mas se achava na sua bagunça. Querida por todos que a conheciam, Maria cativou muitos corações ao longo da vida. Era uma pessoa feliz e caridosa, sempre procurando uma forma de fazer o bem a quem necessitava. Como boa evangélica que era, fazia valer o mandamento do amor ao próximo, estendendo as orações e a mão às pessoas.

Maria José se foi deixando saudade em todos que conviveram com a mulher forte e devota que foi. Aqui sua missão terminou, mas Maria segue amando, cuidando e intercedendo pelos seus.

Maria nasceu em João Monlevade (MG) e faleceu em Betim (MG), aos 73 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Maria, Julia Graziela da Lapa Cardoso. Este tributo foi apurado por , editado por Bárbara Alves e Maya Matta Lopes, revisado por Renata dos Passos e moderado por Rayane Urani em 10 de março de 2021.