1936 - 2021
Suas mãos generosas faziam a beleza aflorar. Enfeitava as mesas de Natal com uvas cultivadas em seu quintal.
Vó Maria era apaixonada pela família, especialmente os netos, por cozinhar para quem amava e por suas orquídeas. Doce com todos ao seu redor, sempre se animava com o que quer que fosse que algum integrante da família levasse até ela, fosse uma viagem, fosse um sorvete de abacaxi com casquinha crocante para o café da tarde.
Sua sensibilidade está presente nas 36 flores de seu orquidário, das quais hoje a família cuida com carinho, lembrando com cuidado de seus ensinamentos.
Vivia atenta a tudo o que as pessoas gostavam e era amada por exaltar detalhes e qualidades dos que procuravam sua companhia simplesmente pela boa energia que emanava.
Amava cozinhar e reunia a família para fazerem sua tradicional receita e maior especialidade: empadinha de frango, testemunhada por todos como a mais saborosa. Conquistava a família inteira também com salgadinhos deliciosos e pão feito em casa, cujo aroma se misturava com o café passado na hora.
Suas mãos generosas sempre floriam qualquer jardim que precisasse. Cultivava rosas e árvores frutíferas; no Natal fazia questão de enfeitar a mesa com uvas que vinham direto de seu quintal.
A lição mais linda que ensinou foi o afeto, por meio de seu exemplo de amor pelos filhos, netos, bisnetos e agregados.
Lembrar dela é sentir cheiro de café fresquinho e rememorar um belo jardim. Se fosse uma flor, certamente seria uma orquídea, representando seu ser único e o amor da forma mais pura.
Maria nasceu em Limeira (SP) e faleceu em Americana (SP), aos 85 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pela neta de Maria, Rafaela Rosa. Este tributo foi apurado por Rayane Urani, editado por Karina Zeferino, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 20 de dezembro de 2021.