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Maria Raimunda Ferreira da Silva

1949 - 2020

Dona Ray: sinônimo de amor, solidariedade e alegria.

Foi um em exemplo de mulher: guerreira e resiliente diante dos desafios da vida. Em seu gigante coração sempre havia espaço para mais um.

Ser humano cheio de muita luz, solidariedade e afetividade, era dona de uma alegria que contagiava a todos ao seu redor. Estava sempre disposta a estender a mão a quem precisasse.

“Ela era um exemplo. Sempre tão íntegra e honesta! Adorava ajudar o próximo, mesmo não tendo muito. Isto era o que a movia: ajudar as pessoas”, relembra a filha Renata.

A Casa de David Tabernáculo Espírita foi o seu primeiro e último emprego: “um lar que acolhe crianças excepcionais” e cuida delas integralmente. Foi lá que se dedicou por 35 anos, conquistando a todos com sua bondade e generosidade. Era carinhosamente chamada de Dona Ray.

Na família também fazia seu lar. Desdobrava-se em tantas e se virava como podia para que cada um pudesse ter a sua ajuda. Ela amava a casa cheia. E sempre reunia todo mundo naquele típico almoço de domingo. Até mesmo os vizinhos!

Sua relação com o cachorro Negão também era intensa. Vivia brigando com o bicho, mas ao final sempre se entendiam e faziam as pazes no amor. Entre os seus sonhos estavam rever o neto (longe havia três anos) e saudar a sobriedade do filho mais velho.

“Uma vez estávamos no portão conversando quando, de repente, um motoqueiro desceu a rua estourando o escapamento da moto e a gente achou que era tiro. Corremos pra dentro de casa, acreditando que ela havia nos acompanhado, mas deixamos ela do lado de fora. Quando voltamos para pegá-la ela tinha feito xixi nas calças de tanto rir”, narra Renata a cômica história vivida ao lado da mãe.

Dona Ray era mesmo um ser sem igual. Uma mulher que recepcionava histórias, distribuía sorrisos e inspirava gerações. Seu legado continuará sendo propagado pelos que aqui ficaram da mesma forma que foi construído: com muito amor, honestidade e dedicação.

Maria nasceu em Itabaianinha (SE) e faleceu em Guarulhos (SP), aos 71 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pela filha de Maria, Renata Ferreira Lima. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Thiago Santos, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 11 de setembro de 2020.