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Maricene da Silva

1968 - 2020

Sempre lutou para evoluir como profissional de enfermagem. Curtia samba e estar com a família e as amigas.

Seu nome foi uma homenagem às duas avós, Maria Luiza e Cenira.

Conhecida como Mari, sempre foi uma mulher aguerrida, dedicada ao trabalho e ao filho Norton, de 17 anos.

A vida toda trabalhou com enfermagem: primeiro foi auxiliar e depois técnica. Cursava a faculdade para torna-se bacharel.

O irmão Clóvis destaca a lembrança da formatura de Maricene, como auxiliar de enfermagem, ocorrida na Biblioteca Pública de São Leopoldo: "Ela era bem jovem ainda, foi um momento marcante e bonito em sua vida".

Como mulher negra, Mari sabia que precisava buscar evolução constante para manter-se no mercado. Era impressionante a carga horária da profissional.

Com passagem em vários hospitais e clínicas, além de atuar nesses locais, ela ainda cuidava de idosos para manter o sustento.

"Era muito serviço noturno e plantão dobrado", conta o irmão que a descreve como uma pessoa sorridente e dona de uma risada despojada e sonora.

Ademais, Mari gostava de samba e de reuniões com familiares e amigas.

Clóvis diz que suas paixões eram os pais, os quatro irmãos, o filho, as cunhadas e as sobrinhas, com quem mantinha uma relação excelente, pois era sociável e amiga de todos.

Ele acredita que Mari gostaria de ser lembrada pelo amor que nutria pela família e que a palavra que melhor define a irmã é "generosidade".

Antes de partir, ela fez um último pedido: que todos cuidassem de seu filho.

A história da mãe de Maricene também está guardada neste memorial, e você pode conhecê-la ao procurar por Sandra Maria da Silva.

Maricene nasceu em Novo Hamburgo (RS) e faleceu em Novo Hamburgo (RS), aos 52 anos, vítima do novo coronavírus.

Testemunho enviado pelo irmão de Maricene, Clóvis Nei da Silva. Este tributo foi apurado por Larissa Paludo, editado por Mariana Quartucci, revisado por Lígia Franzin e moderado por Rayane Urani em 7 de dezembro de 2020.