1947 - 2020
Mulher de fé e de muita garra, amava dançar e gostava de ser fotografada.
Marinete Getrudes terminou de criar os 14 filhos sozinha após perder o esposo, 25 anos antes de sua partida. “Como uma boa pernambucana e nordestina, que tanto se orgulhava de ser, colocou todos embaixo de suas asas e deu educação, amor, carinho e principalmente fé”, conta o neto José Marcos.
Ele diz que a avó não sabia o que eram horas vagas. Estava sempre assistindo à missa ou rezando o terço de Nossa Senhora: “Ela nutria uma fé inabalável no nosso senhor Jesus Cristo e na nossa mãe Maria Santíssima, a quem ensinou todos os seus a amar”.
Marinete Getrudes também era devota da alegria. Quanto mais cheia estivesse sua casa, mais contente ela ficava. Dizia que sempre cabia mais um. “Ela adorava quando os netos chegavam e aceitava todas as brincadeiras, independentemente de qual fosse. Porém, quando era contrariada, franzia a testa, apertava seus olhos azuis e olhava por cima dos óculos, dizendo: ‘Vai pra lá, macho besta!’”, relata José Marcos.
Os amigos e familiares, garante o neto, nunca se esquecerão da alegria de Marinete Getrudes: “Ficará para sempre a recordação de sua felicidade ao realizar o sonho de voltar a andar e o amor que tinha por dançar e por viver”, diz. E completa: “Também gostava de ser fotografada. É claro que tinha que mostrar sua beleza, pois Deus foi bastante generoso com ela”.
“Minha avó me ensinou que a vida se baseia em três palavras: fé, amor e alegria”, conclui o neto, com gratidão e saudade.
Marinete nasceu em Amaraji (PE) e faleceu em Recife (PE), aos 72 anos, vítima do novo coronavírus.
Testemunho enviado pelo neto de Marinete, José Marcos Nascimento Silva Filho. Este tributo foi apurado por Lígia Franzin, editado por Renata Meffe, revisado por Paola Mariz e moderado por Rayane Urani em 19 de setembro de 2020.